As técnicas de sistemática molecular
produzem fundamentalmente dois tipos de informações:
1) Dados de distância: quando as diferenças entre moléculas são medidas como uma só variável;
2) Dados de caráter: quando as diferenças entre moléculas são medidas como uma série de variáveis descontínuas, sendo cada uma dessas variáveis do tipo multi-estado.
Dados de caráter podem ser convertidos em dados de distância, mas dados de distância nunca podem ser convertidos em dados de caráter.
Mas o que significam variáveis do tipo multi-estado?
Imagine uma seqüência de DNA qualquer, que tenha, por exemplo,
20 nucleotídeos, como no exemplo abaixo:
ACTTTCGATGCTAAGCTAAT
Cada uma das bases ocupa uma posição distinta na seqüência. No nosso exemplo, a primeira adenina (A) ocupa a posição 1, a citosina seguinte ocupa a posição 2 e assim por diante, como representado a seguir:
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Dessa forma, cada posição, ou sítio, ocupado na seqüência da macromolécula será considerada um caráter independente dos caracteres (posições) que o precede ou sucede. A presença de uma adenina na posição 1 de nosso exemplo vai constituir o estado do caráter "primeira posição na seqüência", a citosina será o estado de caráter da segunda posição e assim por diante. Agora imagine que na primeira posição, embora no nosso exemplo tenhamos uma adenina, poderíamos ter uma citosina, uma guanina ou uma timina (ver exemplo abaixo), sendo esse mesmo tipo de raciocínio apliacável para todas as outras posições.
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Assim, os caracteres podem assumir pelo menos quatro estados diferentes,
daí dizermos que quando analisamos dados de caráter, temos
como ferramenta "uma série de variáveis descontínuas,
sendo cada uma dessas variáveis do tipo multi-estado".
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